sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Let's Pretend, but pretend just for a while...

É tão engraçado ver como o amor consegue agir sobre nós. Quando nos apaixonamos, caímos sobre um feitiço, correntes são postas em nossas mãos e presa ao nosso amor, e um cadeado é trancado em nosso coração e a chave posta no bolsa do nosso amor. E não nos importamos em ficar assim, presos, amarrados, unidos, pelo contrário, quanto mais unidos ficarmos, mais felizes estamos, mais nos tornamos um. E como num baque, sem motivo, sem aviso e sem alarde esse amor que parecia eterno, simplesmente pega a chave e abre o cadeado do nosso coração, e libera as correntes da nossa mão e ficamos totalmente perdidos, sem rumo, sem chão, sem voz, sem vida. Tudo muda, a cor do céu muda, o gosto da comida muda, o perfume sempre parece o dele, as músicas parece que foram escritas para ele, os filmes parecem que são interpretados por nós, e quanto mais queremos esquecer, mais lembramos do que não queríamos lembrar, e surgem as perguntas, porquê? Como? Onde errei? E logo depois, vem o temido sofrimento e traz uma linda acompanhante, a solidão. O sofrimento nos joga em um poço bem escuro e lamaçento, cheio de pedregulhos bem afiados, daqueles que quando pisamos, temos a sensação de estarmos sendo picados por cobras, daquelas bem venenosas e a solidão só piora as coisas, parece que nos sufoca, nos degreda e quanto mais mergulhamos nessa tristeza, mais queremos sair dela, a única saída? Fingir, é, fingir que nada aconteceu, que nunca o conheceu, que nunca o amou, e deixar que o tempo cure as feridas, mas sabe de uma coisa? Fingir serve de anestésico para a dor.

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