quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Você pode pensar o que quiser de mim
Porque as vezes eu mesma não sei o que pensar
Saio em uma noite achando que será a noite mais divertida de todas e  descubro  que eu passei mais da metade da noite olhando fixamente para um saco de pão pullman e me perguntando o que ele fazia na fruteira se ele não era fruta.
E pensando que tudo que eu queria era poder voltar ao passado.Ate ver pela milésima vez  que esse desejo incontrolável de voltar é apenas a vida me dizendo para andar pra frente e não voltar nunca mais.
E me sinto cada vez mais segura do meu futuro e cada vez mais insegura do meu passado
Te vejo indo  e vindo dizendo que precisa de mim e o que mais me dói é que não preciso mais de você...
Atendo suas ligações, leio suas mensagens e te escuto uma noite inteira se preciso for , mas não consigo mais me animar com a possibilidade de te ver voltando
Eu vou pra festas e não me divirto por eu mesma, não por estar com saudades suas, simplesmente não me divirto porque cansei de pessoas iguais.
Cansei dos mesmos lugares , das mesmas pessoas tentando me impor suas regras e eu volto pra casa enfim cheia ate de mim mesma
Volto com uma vontade enorme de ir a uma festa em que ninguém me conheça e na qual eu também não conheça ninguém para que simplesmente não precise conversar.
 “Vamos Conversar?” me deixa com muitas reações contrarias
Já imagino a pessoa desabafando por horas a fio enquanto eu simplesmente sorrio e aceno , porque tem lugares pra conversar...
Agora quando alguém atrapalha toda a minha teoria do universo sobre, o porque do pão estar na fruteira se ele não é fruta , simplesmente para me contar que mais uma vez levou um fora  eu respondo com o categórico ...”E você achou que seria diferente”
A pessoa se afasta de mim com aquela cara de quem ouviu o que não gostou, mas ouviu o que estava pensando...
E esse ser ainda me espalha o que eu lhe disse para vir outro e me perguntar “ O que você tem hoje”
E onde fica minha vontade de responder... “Na verdade eu não tenho nada , simplesmente estou com vontade de uma festa bem grande com uma povo que não saiba meu nome para não me comparar com meus dias mais razoáveis...E para nunca dizer que estou mudada”

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Eu me descubro ainda mais feliz a cada pedaço seu e de tudo o que é seu. Às vezes você é tão e bobo, e me faz sentir tão boba, que eu tenho pena de como o mundo era bobo antes da gente se conhecer. Eu queria assinar um contrato com Deus: se eu nunca mais olhar para homem nenhum no mundo, será que ele deixa você ficar comigo pra sempre? Eu descobri que vale a pena ficar três horas te olhando sentada num sofá mesmo que o dia esteja explodindo lá fora. E quando já não sei mais o que sentir por você, eu respiro fundo perto da sua nuca, e começo a querer coisas que eu nem sabia que existiam. Eu olhei para você com aquela sua jaqueta que te deixa com tanta cara de homem e me senti tão ao lado de um homem, que eu tive vontade de ser a melhor mulher do mundo.E eu tive vontade de fazer ginástica, ler, ouvir todas as músicas legais do mundo, aprender a cozinhar, arrumar seu quarto, escrever um livro, ser mãe. E aí eu só olhei pra bem longe, muito além daquele Sol, e todo o meu passado se pôs junto com ele. E eu senti a alma clarear enquanto o dia escurecia.
Quando a gente foi ver o pôr-do-sol na Praça pôr-do-sol, eu, você e a Lolita, a minha cachorrinha mala, e a gente ficou abraçado, e a gente se achou brega demais, e a gente morreu de rir, eu senti um daqueles segundos de eternidade que tanto assustam o nosso coração acostumado com a fugacidade segura dos sentimentos superficiais. Eu te engoli e você é tão grande pra mim que eu dedico cada segundo do meu dia em te digerir. E eu não tenho mais fome, e eu tenho que ter fome porque eu não quero você namorando uma magrela. E eu sonhei com você e acordei com você, e eu te olhei e falei que eu estava muito magrela, e você me mandou dormir mais, e me abraçou. Eu preciso disfarçar que não paro mais de rir, mas aí olho pra você e você também está sempre rindo. Se isso não for o motivo para a gente nascer, já não entendo mais nada desse mundo. E eu tento, ainda refém de algumas células rodriguianas que vez ou outra me invadem, tentar achar defeito na gente, tentar estragar tudo com alguma sujeira. Mas você me deu preguiça da velha tática de fuga, você me fez dormir um cd inteiro na rede e quando eu acordei o mundo inteiro estava azul. Engraçado como eu não sei dizer o que eu quero fazer porque nada me parece mais divertido do que simplesmente estar fazendo. Ainda que a gente não esteja fazendo nada. Eu limpei minhas mensagens, eu deletei meus emails, eu matei meus recados, eu estrangulei minhas esperas, eu arregacei as minhas mangas e deixei morrer quem estava embaixo delas. Eu risquei de vez as opções do meu caderninho, eu espremi a água escura do meu coração e ele se inchou de ar limpo, como uma esponja. Uma esponja rosa porque você me transformou numa menina cor-de-rosa. Você me transformou no eufemismo de mim mesma, me fez sentir a menina com uma flor daquele poema, suavizou meu soco, amoleceu minha marcha e transformou minha dureza em dança. Você quebrou minhas pernas, me fez comprar um vestido cheio de rendas e babados, tirou as pedras da minha mão. Você diz que me quer com todas as minhas vírgulas, eu te quero como meu ponto final.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

"O resto das coisas do mundo quer sempre fazer trocas, o resto me dá vida, mas quer sempre meus pedaços. E eu acho uma traição sair por aí dando pedaços do meu pulmão para ares mais leves, pedaços do meu coração para risos mais despretenciosos, pedaços do meu umbigo para momentos de altruísmo."
Eu sabia que seria assim, quando eu tivesse que encarar as pessoas novamente. Sabia que os abraços não seriam mais tão quentes, sabia que os sorrisos não transpareceriam mais sinceridade, sabia que os olhares seriam de desaprovação total, pelo que eu me tornei. Aliás, pelo que eu sempre fui, mas sempre escondi. E eu sabia que isso doeria. Sabia que mesmo que me parecesse indiferente na maioria das vezes, machucaria. Mas me arrisquei, e me lancei a um abraço gélido, a um olhar frio e a um sorriso falso, só pra saber se ainda faria parte daquele mundo, mesmo se fosse apenas pela saudade. Percebi que não. E logo eu que achei que não faria diferença alguma, me enganei. Porque faz. Porque eu sinto falta.
E eu que sempre achei, que amigos não diziam adeus...